domingo, 2 de abril de 2017

três palmas



Quando na vida for passear nos becos esquisitos,
Vira a esquina, mira a onda, 
sente a rua belicosa no escuro da latrina.
As lâmpadas se quebraram se roendo,
Decibéis débeis voam morcegos nas poucas árvores sombrias, 
Risadas, navalhas, caveiras se rindo...
Lá lá lároiê iê iê - a música eterna rodando vinil.
O frio que corta o osso em faca
Testa a vida e lhe mostra
Que você deu a mão ao companheiro certo.
Duvidoso, mas certo. 
Invisível. Certeiro. 
Mesmo malemole,
Envolto na fumaça, faça, faça, faz.
Bate três palmas.
Qual incursão, uma excursão ao fundo do planeta.
Foram, me levaram fundo pra rir de mim no escândalo do poente,
A vida rodou em luscofusco, 
fuscas pelando lava me atropelando em valas, 
muitas, muitas vaias: "que caias da corda bamba!" 
Os meio-fios fazem um inteiro só.
Rodar nas ruas tão tomadas de avantesmas.
Mesmas caretas, de quando o coração quebra,
Patinam no gelo os ébrios pés no caminho balanceando,
Ditando o passo que ando, que caio e levanto.

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