quarta-feira, 24 de maio de 2017

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Húmus


És pó de terra e pó de estrela.
De onde vieste, as tuas veias
Hão de parar de pulsar o sangue que veio em rio
E secar por seres pó.
És terra e em essência, humilde.
Teu húmus por vezes tão seco,
Noutras, umidificou-te a brotar verde vida ou em cores.
Mas não te atenhas a tal poeira,
Ao regresso das partículas seccionadas.
Lembra-te que és luz do corpo,
Luz de estrela, luz de astro,
Luz divina.
Essa luz que realiza vida,
Aquece o solo,
Zela a terra em misto pó
No místico-natural processo,
Movimenta no ímpeto desse ir constante. 
A luz pulsante que toma a matéria,
Movimenta as esferas
E realiza o grande plano de ser em união.


quinta-feira, 11 de maio de 2017

sentido

O homem que estava muito apertado porque precisava urgentemente fazer sentido.

Despedida




Pus meus óculos pra meditar
E vi a baleia pegando impulso
Pra mergulhar no ar
E me despedir do que não mais me apraz
Acenando lá na frente dez mil anos atrás.
Pus minha roupa pra morrer bonito
E eram só andrajos do meu ego mendigo.
Me digo o que tenho que ouvir
Para ecoar no que não tem ouvido
Parafraseando o nosso infinito.

Pipa


As coisas vão mudar
Como mudou-se tudo
Até aqui.
E bem depois de lá 
A gente vai soltar 
O fio que conduz o rolo,
A pipa que se grita tonta,
A seda que se rasga em risos,
O vento que levou a mim,
Meu corpo de papel e ripa,
Frangalhos de uma rabiola,
Varetas como cruz entregue,
Solapos de cerol em guerra,
Aéreo esquecer que toma 
Losango atado no nada,
A linha que escreve em dança
No ar os versos do fim.