sábado, 15 de agosto de 2015

Carinho


Abra-se a si e se abrace, sim.
Silencie, se enlace, ciencie a respeito do mundo.
A festa divina é alquímica que me queima
E transmuta, transmite a mutação dos movimentos incandescentes e subintes,
dos átomos, nesse átimo, nesse ótimo.
Abrir-se a lata com precisão do furo, sem ferir, dar luz ao escuro,
pegar sol no que é guardado a pó e silêncio.
Tirar o telhado do sótão pro vento visitar levando o tempo
e deixar de ser o só tão vazio e se visitar com alegria.
E se abraçar, se abrasar, sem se atrasar.
Estar apenas consigo, entregue e límpido ao carinho mais lindo.


Marcelo Asth

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Reforma

Reforma

Sento e medito.
Sinto e me edito.
Me digo não mendigo,
Sem ser pedinte, sem ser pedante.
Sem cercear meu ar,
ser mais horizonte.
Não me preparar, não me pré-parar:
Ir em frente, enfrentando a mente.
Vibrar intenso, menos tenso,
Menos denso, mais imenso,
Apontando o dedo na ponta do medo,
Fechando os medos e os dedos, palma a palma.
A quietude é questão de atitude e calma.
Não mascarar a cara e a alma,
Apenas Ser para crescer.
Fazer o afazer com prazer,
Agradar e Ser,
Agradecer, Ser, Ser!
Não pelo dever, mas por apenas Ser.

Sentar-me à mesa daquele que convida com vida.
Alegrar-me à mesa tendo ou não alguma comida.
Entender que a viagem é com ida, sem volta,
Embarcar na Estação da Luz sem revolta,
Estar são, firme, ciente da partida -
Que longo e sem tino é o destino -
Sentindo que a sina ensina,
Sabendo que a estrada é terna mente viva,
Trabalhando sem receio.
Pois a viagem não é comprada,
A missão está comprida
E ninguém veio à passeio.

Marcelo Asth