Corta essa língua de trapo,
Língua de boi,
Carne de farrapo.
Teu miolo é o boi,
O interior cortando a língua
Pra poder escutar a dança
Que dentro de si abrasa.
Se boi bumba, saudade balança,
A lua se esconde num véu de fumaça.
Pajelança.
Oi, boi, se enfeita pra cantar a morte
Pra berrar o divino
E o mal desses homens.
Espelho, paetê, fitilho,
Com mais o derradeiro brilho
Do boi que é sacrificado.
Mas o boi cheira a fumaça
E sente que a morte passa,
Que é bonito, é bonito se morrer.
E dança na roda da praça,
Calor, tambor e cachaça
Pra cantar que aqui vem renascer:
Lá vem, lá vem, já veio,
O boi lá do Cruzeiro,
Faiscando sóis do astral,
Bumba boi, boi feiticeiro!
Nenhum comentário:
Postar um comentário