quarta-feira, 22 de maio de 2019

ciclo do ciclo

A iminência da perda.
A corda no teto.
O abismo já vazio.
Relógio parado.
O copo sujo na pia.
O desacostume:
O brilho da estrela que cessa.
O alumbramento.
A esperança.
O desejo pulsante.
Cansados na beira da praia esperando o mar.
Na gaveta a roupa poída.
O lance no tabuleiro.
A carta na mesa.
Aposta é encruzilhada.
O que vale o que valeu?
Por baixo correm pinos e os ases da glória.
Peça por peça nunca fará o todo.
A pior bagagem será feita de memória.
Voltemos às mortes que nos zeram.
Cantamos convalecidos,
Morrendo nos agarrando.
Confusos aprendemos o novo
E nunca o velho se suporta.
Que o elástico rompe.
Que o ferro se quebra.
Que a flor despetala.
Que o fruto fenece.
Que a dor também morre
assim como o riso.
Ciclo do ciclo:
Redemoinho.
Só nos resta o encontro
De outro caminho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário