sexta-feira, 31 de maio de 2019

há algo por dentro de mofo
há algo de fome lá dentro
há de dar de comer ao que urge
gastriticamente falando
bilis sibila azedo chorume
uma cobra vazia à espera do boi velho
a rapina empoleirada e a criança fraquejando
tudo é duelo de energias
nesse mundo nada se cansa
tudo é guerra
nunca cessa, paz é uma canção, mas tudo cansa
batalha e demanda
água calma do poço da cachoeirinha
cada bolha uma inteiração
bebe a água do confronto
do gargalo, confluência
encruzilhada d'água
lambendo o mofo
e toda a sede
de toda a espera vazia

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