BREVE
É que esse mar soberano
Me diz a cada onda: eternidade!
E ri de mim todo o oceano
A me ver nos olhos a brevidade.
Mares de outros,
De tantos outros,
De outros tantos,
Lavam corpos em batismo,
Beijam corpos em pranto.
E a cada onda ecoa
Na longa faixa de areia
O Eterno que no mar voa
E sopra a onda tão cheia
Que revela em voz boa
Que eu sou só um grão de areia.
E vendo o mar, ano a ano,
Vou jogando nas ondas a minha vaidade...
É que esse mar soberano
Vai dizendo a cada onda:
Brevidade eterna!
Breve eternidade!
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14 de agosto de 2010
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