Bati três vezes no toco,
no oco das coisas minhas.
Chamei no poder do fogo
os mestres das entrelinhas.
Segui por toda a vida
com meus olhos vendo tudo,
sem ver a letra invisível
escrita no papel mudo.
Fechei os livros dos outros,
mudei meu foco de estudo.
Bati três vezes no toco -
por pouco não vejo o mundo.
Por muito não vejo o universo,
meus mares, de tão profundos.
É preciso estar imerso,
imenso a cada segundo.
Meus mestres não dizem tanto,
no entanto, eu ouço muito.
Ouvindo a canção eu canto.
Cantando o segredo, oculto.
Leôncio Orleans
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