Koitxagnaré!
- gritou comigo
Meu próprio eu comendo o umbigo.
Parto o pão o pai o filho
a mãe a pomba a sombra a santa ,
Faço a festa de refestelança
- Cada órgão tocado dança
- A música me é gutural.
Frita queima corta e mata
Essa fome de viver de luz.
Sangue bomba estanca tinge
Finge eterno, o ferro enferruja.
Suja a pele alva de cordeiro,
Salva o alvo do próprio coração.
Saliva com a flecha apontada para a presa,
Solta e caça o animal na própria pressa da mesa:
Talheres e pratos copos guardanapos
- Banquete servido.
Ser vivido, urrar a dor de nascer-morrer o tempo.
Venho, sirvo vinho,
O pão de todo o meu caminho.
Fermento abunda,
Cresce-doura-assa.
Caço a caça.
Partilho o pã e me sirvo me comendo todo e
Levo tudo, até os cornos, às bocas dos fornos.
Tempero sem desespero meus dentes fincando quentes
a carne que geme nascendo nova mente.
Degluto e irrompo a força
De comer o próprio divino.
Arroto o gozo etéreo,
Enterro no cemitério
Meu eu passado estéril.
Digiro e dirijo as fezes
Fazendo dos meus gases mestres
O início de um plano terrestre
Um mundo me nasce celeste de novo.
Quebrei a minha casca do ovo.
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